A DERROTA DA COLÔMBIA: NACIONALISMOS EM ASCENSÃO

Luã Reis – A Colômbia elegeu no último domingo Ivan Duque, da extrema-direita mais agressiva, um pit-bull do uribismo, em uma campanha ultra violenta, com linchamentos, intimidações e assassinatos. Aliás, violência que também marca a véspera do pleito no México, no entanto, para a mídia a violência política é exclusividade do governo da Venezuela.

Duque contou com apoio dos empresários, dos meios de comunicação, dos Estados Unidos e dos setores reacionários e conservadores para derrotar o defensor da paz, interna e externa, o socialista Gustavo Petro. O tal “mercado” – um punhado de especuladores, rentistas e outras modalidades de parasitas apátridas – entrou de cabeça na campanha para eleger o conservador fantoche de Uribe que já se declarou contra os gays e a descriminalização das drogas, entre outros retrocessos em discursos carregados de fanatismo religioso.

A Colômbia já era base para ataques econômicos e militares contra a Venezuela com o governo de Juan Manoel Santos, com Duque a tendência é uma escalada da situação. Os EUA não escondem o desejo de intervir militarmente no continente para derrubar Maduro, a quem Duque chama de “ditador genocida”. Nas próximas semanas, o vice presidente americano Mike Pence visitará o Brasil, em Manaus deverá ir a um campo de refugiado de venezuelanos. O vice de Trump, evidentemente, não virá numa missão de paz

A extrema-direita avança no continente: Mario Benitez, filhote da ditadura Stroessner, eleito no Paraguai; no Peru, o impeachment de PPK, impulsionou os fujimoristas. Não devemos ignorar o risco que ocorre no Brasil, contando exclusivamente com a rejeição do eleitorado ao bufão maior da extrema-direita. Se na França, em outra eleição recente, houve uma aglutinação de correntes política na rejeição à fascitóide Le Pen em nome do bibelô liberal Macron, “homem do mercado”, na Colômbia se deu o oposto: as forças políticas convergiram para o reacionário violento.

Ora, se o mercado quer alguém que garanta os lucros, a privataria total e o austericídio e os EUA precisam de alguém que agrida a Venezuela, a extrema-direita se coloca como solução natural. Não devemos menosprezar um palhaço extremista violento que supostamente não agrada parte do establishment. Pois, quando chega o momento de necessidade, o “mercado” não se furtará em abençoar o candidato a ditador da vez desde que garanta a manutenção dos lucros. Exemplos históricos não faltam de Hitler a Trump, de Mussolini a Duterte. Quem será o próximo? A Colômbia já foi.

No dia seguinte a eleição, em sua estreia na copa, a Colômbia foi derrotada pelo Japão, onde o nacionalismo mais agressivo e submisso ao imperialismo parece estar recuando. Uma derrota necessária na América do Sul.

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