A TAILÂNDIA É AQUI: DEMOCRACIA MILITARES E DITADURAS HÍBRIDAS

Por Luã Reis

Nesse domingo, 24, aconteceram as eleições gerais na Tailândia, a primeira desde que o país sofreu um golpe de Estado em 2014. Nesse ano, o governo de Yingluck Shinawatra, a primeira mulher eleita para o cargo na história do país, foi deposto por um golpe liderado pelo general Prayut Chan-ocha, com apoio do STF local.

No poder, a junta militar proibiu o partido de Shinawatra. A perseguição judicial também atingiu o irmão da ex-primeira ministra, que também havia ocupado o cargo e era o político mais popular da Tailândia, Thaksin Shinawatra.

Deve ser horrível viver no lugar assim.

Incapazes de conseguir apoio popular, os militares, comandados por Chan-ocha, alteraram o regime: 1/3 do congresso do país passou a ser escolhido diretamente pelos líderes militares. Em outra manobra se proibiu a candidatura da irmã do Rei – a Tailândia é uma monarquia parlamentar – pelos partido dos Shinawatras. Além disso, o pacote do autoritarismo é completo com censuras, violência com opositores e todo tipo de atrocidade da extrema-direita. Como não poderia deixar de ser o ocidente, especialmente EUA e Europa, apoiam o governo militar que se apoderou do país.

Como as agências de notícias e principais veículos internacionais tratam da situação político do país? Segundo a Bloomberg, hoje ocorreu eleições em uma “democracia problemática“. Para a Reuters não é para tanto, a Tailândia é uma “democracia marcial”. Nada supera a BBC, no entanto, que define o país como uma “democracia híbrida“. Parece formidável.

Contrariando toda as pesquisas e previsões, o partido impopular do General Chan-ocha proclamou uma inesperada vitória. O partido de esquerda revindicou para si, alegando ter eleito mais deputados, exigindo formar um novo governo. Pode-se esperar repressão democrática dos militares contra aqueles que ousarem contestar o resultado. Do exílio Thaksin Shinawatra declarou: “Mesmo que os líderes da junta permitam agora que os partidos pró-democracia formem um Governo, eles irão encontrar formas de continuarem a mandar. Eles não têm vergonha, e querem manter-se no poder aconteça o que acontecer”

A Tailândia é aqui, mas não na Venezuela, afinal lá há uma ditadura.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *