REVELAÇÕES SOBRE A LAVA JATO CONDUZEM À GREVE GERAL E AO LULA LIVRE

Por Gabriel Barata

A noite de domingo (09) foi um ponto de ruptura na História. O The Intercept, do jornalista Glenn Greenwald, o mesmo que divulgou brilhantemente o caso de Edward Snowden sobre o programa de espionagem global da NSA (a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos), revelou o que muita gente já sabia: Sergio Moro agiu como acusador no julgamento de Lula e a Lava-Jato tinha o objetivo claro de destruir o PT e impedir que o partido elegesse o candidato Fernando Haddad à presidência da república. A divulgação das conversas entre os Procuradores da Lava Jato e o hoje Ministro da Justiça de Jair Bolsonaro mostra que havia uma organização (podemos chamar de criminosa) para condenar Lula mesmo que sem provas.

A Lava Jato começou por causa da espionagem do governo dos Estados Unidos sobre a Petrobrás. Sergio Moro e outros membros do judiciário, que receberam treinamento e auxílio do Departamento de Justiça americano, representam a ação direta de um grupo da elite brasileira atentando contra a nossa (agora sabemos) já morta democracia. Eles representam um Brasil que fica de joelhos diante dos Estados Unidos e que precisava tirar do caminho a única pessoa capaz de impedir os planos de Washington de ter no país um presidente que, literalmente, batesse continência para a bandeira norte-americana. 

A Lava Jato desenvolveu um modo de agir. Atacar líderes do campo popular com acusações frágeis, enquanto prendiam alguns executivos e empresários corruptos por um tempo, mas deixavam suas famílias aproveitando a riqueza. A Lava Jato é um golpe contra o povo brasileiro. Um ataque sem precedentes contra as escolhas de nosso povo e contra um país que buscava, a pequenos passos, garantir uma soberania que nunca teve. Moro não é um herói. É um dos maiores traidores da história da pátria.

A Lava Jato, em 2018, iria atacar qualquer candidato que pudesse alterar seus planos e o dos EUA. Por isso prenderam Lula. Ele é a única pessoa viva no Brasil que consegue, além dos pouco mais de 40 milhões de votos dos petistas, apoio dos brasileiros que não estão apenas descrentes com a política, mas que se sentem oprimidos pelo sistema. Esse foi o motivo de proibirem a entrevista de Lula antes das eleições, de não permitirem que vídeos gravados com ele antes da prisão fossem veiculados durante a campanha e de esconderem a candidatura de Lula na grande mídia. A eleição dependia de Lula. Fernando Haddad, assim como Ciro Gomes, consegue apenas uma pequena porcentagem de votos sem Lula (essa é a razão da raiva que o pedetista carrega até hoje). 

Até por isso, as brigas entre a esquerda devem parar. Agora ficou claro que a Lava Jato é uma organização política criminosa. E que, se não fossem Lula e o PT, seriam Ciro Gomes e o PDT ou qualquer outro que se colocasse em sua frente. Para isso não precisam de provas, apenas da articulação política que sua organização criminosa tinha, como comprovado nas reportagens do The Intercept. Uma articulação, pensada através do Departamento de Justiça dos EUA. 

Depois das conversas de Moro e dos Procuradores da Lava Jato terem sido divulgadas, alguém ainda duvida que a CIA (que recebeu o agora Ministro da Justiça e Jair Bolsonaro poucos meses depois da eleição) e a NSA (que tem capacidade de espionar todo o nosso território e até mesmo o computador ou celular que você está usando para ler esse texto) não sabiam sobre o roubo dos dados dos brasileiros do Facebook para serem usados na campanha de Whatsapp criminosa de Jair Bolsonaro? Alguém duvida que o governo dos Estados Unidos, envolvido em diversas fraudes e golpes por quase todos os países do mundo, possa ter forjado um atentado contra um candidato à presidente da república no Brasil?

Jair Bolsonaro e Serio Moro são o mesmo tipo de traidores. Daqueles que odeiam o próprio país. Que se olham no espelho e se odeiam e passam a vida praguejando. Eles ocupam os cargos em que estão para destruir o Brasil. Esse é o único motivo para estarem lá. E para deixarem Lula onde está. Não é apenas ele que está preso, é um Brasil que começava a caminhar com as próprias pernas. Um Brasil que merecia ser criticado, como sempre foi pela esquerda e pelo próprio PT, e que mesmo diante das concessões que foram feitas, melhorou como nunca a vida do povo trabalhador brasileiro. 

Pensem bem no que éramos. A política ambiental poderia ter sido melhor, poderia haver mais controle do capital financeiro e maiores taxas para os ricaços? Claro que sim. Mas e tudo de bom que foi feito? As universidades, as escolas técnicas, os programas de habitação, os 40 milhões de brasileiros retirados da fome, as políticas para ampliar o atendimento médico no interior do Brasil. É contra isso que a Lava Jato lutou e continua lutando, só que agora com apoio direto de todo aparato do Estado brasileiro.

Sexta-feira é o dia da greve geral. Um ato construído pelas centrais sindicais e pelos movimentos estudantis contra os cortes na educação de Bolsonaro e contra a Reforma da Previdência. Uma luta que parecia ser praticamente impossível de ser vencida, mas que precisaríamos lutar mesmo sem a certeza da vitória. Mas depois de reveladas as conversas entre Moro, Dallagnol e o núcleo duro da Lava Jato, já começam a surgir notícias sobre como o vazamento pode atrapalhar as votações dessa semana da Reforma da Previdência e da suplementação orçamentária, que pode fazer com que seja aberto processo de impeachment contra Bolsonaro. Por isso, nos atos de sexta-feira, é importante que o pedido pela liberdade de Lula e pela renúncia de Sergio Moro estejam na boca de todos. Para enfraquecer ainda mais o governo e para fortalecer o campo popular.

Estamos em um daqueles momentos históricos únicos. Que podem representar o início da vitória popular. O grito “Lula Livre” começa a mostrar de forma mais clara o que ele realmente significa. Não a supressão das outras pautas dos trabalhadores, mas sua máxima potencialização. Gritar “Lula Livre” na sexta-feira, dia da greve geral, significa não apenas a liberdade do ex-presidente. “Lula Livre” é a nossa chance concreta de vitória. Não adianta mais nos pensarmos, através de sonhos pequeno-burgueses, como os revolucionários do século passado. A luta revolucionária se faz de acordo com a realidade prática que nos é imposta pelo nosso tempo. Agora temos uma pequena chance de vitória. E precisamos vencer. Pelo país, pelo nosso povo que voltou a passar fome, ao desemprego e a ser morto. Precisamos vencer por eles e por nós. Por isso precisamos de Lula Livre.

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