O ASSALTO DO BOLSO BRASILEIRO

Karl Grizman

Após a forte alta do preço do petróleo, a Petrobrás deveria, seguindo a política de reajuste que adotou desde o Golpe de 2016, com o governo Temer, logicamente, abaixar o preço dos combustíveis. No entanto, revelando o escárnio desde governo, a estatal (agora na mão do imperialismo) decidiu não mexer no preço dos combustíveis: “A empresa pode fazer o chamado “hedge” ( proteção contra a variação de preços) para evitar que se repasse ao consumidor a variação toda vez que também houver variação das cotações no mercado internacional”, afirmou o jornalista João Borges .

Ora, a estatal quase entrou em guerra com os motoristas de caminhão de todo o Brasil para instalar o regime de “livre comércio” na empresa. Agora, quando as leis do livre comércio apontam à uma diminuição do preço dos combustíveis, a regra não vale mais? O livre comércio só é positivo quando a elite sai lucrando. Na verdade, sabemos que a elite adota o “livre comércio” como uma ideia que utiliza para justificar a exploração da classe trabalhadora. Diante das leis do livre comércio favorecendo a classe trabalhadora, a elite as ignora, revelando a verdadeira lei que secularmente tem utilizado para gerir a economia: a lei do mais forte.

“Livre comércio”. Quase uma obra de arte conceitual para dominar moralmente os trabalhadores. O “liberalismo” contra o “monstro do comunismo”. O que abre precedente para construções fantasmagóricas e pueris, como: “anarco capitalismo”. Imaginações utilizadas para justificar a exploração da elite.

No primeiro trimestre deste ano, o Itaú teve um dos maiores lucros da sua história. Nos últimos dois anos, o Brasil bateu o recorde de novos milionários. O governo Bolsonaro só tem um único objetivo: assaltar o bolso dos brasileiros e retirar todos os direitos conquistados pelo governo PT, para poder assim, transferir a renda do trabalhador para a elite. Ontem, o Governo informou que sua equipe econômica estuda retirar da Constituição Federal a previsão de que o salário mínimo seja corrigido pela inflação.

O que restará para os brasileiros? O subdesenvolvimento, a dependência, o atraso, a incerteza, o aumento da miséria, Amazônia incendiada, estatais vendidas para os estrangeiros… Querendo ou não, os brasileiros são uma só família e todos teremos o mesmo destino. O Governo Bolsonaro está orquestrando uma crise tão profunda, que podemos esperar um futuro, todavia, pior, sem nenhuma perspectiva de solução para a tragédia econômica, social e ecológica que estamos vivendo.

Enquanto isso, na “ditadura” da Venezuela, o litro da gasolina custa R$ 0,1, aqui, R$ 5,00, ou seja, 500 vezes mais. No entanto, eles que são explorados pelo governo.