Bolsonaro ama o Coronavírus
Com sintomas de Covid-19, Bolsonaro anunciou hoje que está infectado com o coronavírus. Antes da confirmação por parte do ocupante da cadeira de presidente, porém, a internet já planteava uma série de dúvidas sobre a veracidade da informação.
É perfeitamente plausível Bolsonaro estar com Covid, afinal, ele pertence ao grupo de risco por ser idoso e, contrariando as recomendações de saúde da OMS, do Distrito Federal e até mesmo do seu Ministério da Saúde, constantemente se expõe a uma infecção ao perambular em público sem a devida proteção.
No entanto, Bolsonaro também já se mostrou um mentiroso inveterado. Não apenas mente compulsoriamente, mas como estimula todos os seus apoiadores a espalhar desinformação, fake news e descrédito à ciência.
A jornalista Vera Magalhães lamentou que os brasileiros tenham comemorado o que Bolsonaro tenha pego o coronavírus. A razão de ser disso é muito simples: não fosse o mal que Bolsonaro causa aos brasileiros e ao país, ninguém teria razão para desejar seu infortúnio. Não fosse a quantidade de maldades que Bolsonaro já praticou, desejando inclusive a morte de centenas de brasileiros, ninguém sequer ousaria desejar que o coronavírus vencesse Bolsonaro. Mas alguém lamentou que o coronavírus tenha pego Bolsonaro? Ninguém aqui é coveiro.
Mas qual novidade há, de fato, nos muitos questionamentos e dúvidas da internet?
A novidade é que o público mostra-se, agora, um pouco menos ingênuo, ou, ao menos, a par das artimanhas bolsonaristas. Se Bolsonaro dá bom dia, é prudente olhar para o céu e conferir se está de noite. Bolsonaro mente em tudo, o tempo todo.
Muitos lembraram da necessidade que Bolsonaro teve de esconder resultados anteriores. Por que ele escondeu aqueles exames que necessiitara de uma ordem judicial para serem revelados e não escondeu este de agora? Será que ele já havia contraído antes e agora ele se utiliza desse novo fato para explorá-lo politicamente?
Outros aventaram a possibilidade de Bolsonaro vir a ser internado, alegando ser por motivo do Covid, e aproveitar a ocasião para resolver outro assunto médico. Seria ele capaz se internar no Einstein para fazer outra operação, dando como desculpa o corona? Voltaria dizendo “Deus salvou”?
Se é possível que ele pegou o vírus lá atrás, agora pode estar fingindo para criar uma comoção pública em torno da figura dele, incentivando o uso de cloroquina, dizendo posteriormente que se curou, e justificando, assim, a decisão do Exército de produzir toneladas e toneladas do remédio.
Coronaro também pode estar manobrando para averiguar se parte da oposição demonstra solidariedade (como fez no caso da facada) e ameniza as críticas. Com o espetáculo montado, Bolsonaro também tem uma ótima ocasião para se mostrar “arrependido”, de forma a induzir na população o conveniente esquecimento de todos os desmandos e desgovernos de suas administração.
Por fim — e certamente esta opção é artifício midiático bolsonarista amplamente utilizado –, tudo isso não passa da tática do bode na sala, a famosa tática política de desviar a atenção sobre determinado assunto. Com o circo montado, os casos de corrupção do filho Flávio e Carlos são abafados, e Queiroz e Wassef, protagonistas e elo com os Bolsonaros, transformam-se em personagens secundários da pauta jornalística brasileira. Com sua infecção, ninguém mais falará da agenda negativa do presidente, como o fato do país estar um caos, com a economia em recessão, sem diretriz de saúde pública e nem Ministro da Saúde, ou sem Ministro da Educação, mesmo estando os estudantes a 4 meses do ENEM.
