Congresso peruano remove o presidente Martín Vizcarra do cargo

Via Telesur

O presidente do Congresso, Manuel Merino, será empossado na terça-feira como o novo chefe de Estado do Peru.

O Congresso peruano aprovou na segunda-feira a demissão do presidente da nação, Martin Vizcarra, após um debate no Legislativo que durou mais de quatro horas.

Com um total de 105 votos a favor, quatro abstenções e apenas 19 contra, os parlamentares apoiaram em maioria a demissão imediata da Vizcarra. Espera-se que a notificação chegue ao Conselho Executivo de Ministros dentro de poucos minutos.

O segundo pedido de demissão havia sido promovido no Congresso devido à “incapacidade moral” do presidente peruano. Da mesma forma, o Ministério Público continua a investigação contra Vizcarra por um suposto caso de corrupção na construção de um hospital quando ele era governador (2011-2014) da região de Moquegua.

Durante o debate no Parlamento, o chefe de Estado disse que não há provas das acusações contra ele, “não há provas confiáveis de nenhum crime, e não haverá, porque eu não acusei nenhum suborno”, acrescentou ele.

Os supostos crimes pelos quais Vizcarra é acusada coincidem com o recebimento de 660.000 dólares em subornos de duas empresas investigadas por corrupção e ligações com a multinacional brasileira Odebrecht, que realizou obras de irrigação, e a construção de um hospital na região sul.

No domingo passado, a mídia peruana publicou o conteúdo do telefone do ex-ministro da Agricultura, José Hernández (2016-2018), que está próximo ao círculo político de Vizcarra, onde alegadas conversas sobre a concessão e distribuição de obras públicas foram reveladas. Entretanto, as autoridades judiciais continuam suas investigações a fim de esclarecer os fatos.

Presidente interino

No lugar de Vizcarra, o chefe do Congresso, Manuel Merino de Lama, ocupará temporariamente a Presidência, portanto ele convocou uma sessão formal para esta terça-feira às 17h (horário local). Desta forma, o congressista liderará dois poderes: o Executivo e o Legislativo.

O ex-presidente peruano indicou que um grupo de congressistas estava procurando motivos para governar o país e deter o poder absoluto, enquanto observou o possível adiamento das próximas eleições gerais convocadas para 11 de abril de 2021.

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