O mundo assustado com a situação da pandemia no Brasil

Via Al Jazeera

Brasil relata novo recorde de um dia para mortes por COVID

O Ministério da Saúde do país disse na quarta-feira que 1.910 mortes adicionais e 71.704 novos casos de COVID-19 haviam sido relatados nas últimas 24 horas.

Foi o segundo dia consecutivo em que o Brasil registrou um número recorde de mortes.

“Pela primeira vez desde que a pandemia começou, estamos vendo uma deterioração em todo o país”, disse o instituto de saúde pública Fiocruz antes que os últimos números fossem publicados.

“A situação é alarmante”

O Brasil registrou mais de 257.000 mortes relacionadas ao coronavírus – o segundo maior do mundo depois dos Estados Unidos – bem como mais de 10,6 milhões de casos de COVID-19, de acordo com a Universidade Johns Hopkins.

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro enfrentou críticas e protestos generalizados contra seu tratamento da pandemia, pois o líder da extrema-direita minimizou a ameaça do vírus e escapou das medidas de saúde pública.

O governo também lutou para assegurar, distribuir e administrar as vacinas COVID-19.

Na quarta-feira, o governador do Estado de São Paulo, João Doria, anunciou que um bloqueio parcial de duas semanas entraria em vigor no sábado, em um esforço para conter a propagação do vírus.

Bares e restaurantes funcionarão somente através de entregas e shoppings e negócios não essenciais serão fechados, disse o governador aos repórteres durante uma coletiva de imprensa, mas escolas, igrejas, mercearias e serviços de saúde permaneceriam abertos.

Doria disse que o estado de São Paulo, que abriga 46,3 milhões de pessoas, tem recebido um novo paciente de terapia intensiva a cada dois minutos e está “à beira de um colapso do sistema de saúde”.

“Isto é culpa sua”. É por causa de seu negacionismo”, disse ele, dirigindo-se a Bolsonaro.

“Mais de 1.000 pessoas estão morrendo todos os dias no Brasil”. É como se cinco acidentes aéreos por dia… Muitos dos brasileiros que foram enterrados morreram porque você não fez o que deveria ter feito: liderar”.

Bolsonaro atacou os lockdowns na quarta-feira.
“Não se pode entrar em pânico, como recorrer mais uma vez a esta política de permanência em casa”. As pessoas vão morrer de fome e depressão”, disse ele a um grupo de partidários.

Medo de novas variantes
Julio Ponce, epidemiologista em São Paulo, disse à Al Jazeera que Bolsonaro “tem minado todos os esforços para controlar a pandemia”.

“Precisamos ter medidas de bloqueio, precisamos usar máscaras, e precisamos manter o distanciamento social até que sejamos capazes de vacinar um número suficiente de pessoas para que elas estejam protegidas contra o vírus”, disse ele.

As preocupações aumentaram com a crescente pandemia no Brasil, onde uma variante mais facilmente transmissível do novo coronavírus foi descoberta pela primeira vez no estado do Amazonas no final do ano passado.

O sistema de saúde na capital do estado do Amazonas, Manaus, foi sobrecarregado no início deste ano em meio a um surto de infecções pela COVID-19 e a falta generalizada de suprimentos médicos, incluindo oxigênio.

Especialistas alertaram que se o Brasil não conseguir controlar a propagação da COVID-19, pode se tornar o epicentro da mutação do vírus, que pode ser potencialmente mais infecciosa e letal.

Enquanto isso, o Ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse estar próximo de um acordo com a Pfizer Inc para comprar doses de vacina COVID-19, superando efetivamente uma disputa sobre cláusulas de responsabilidade.

O governo disse que pretendia comprar 100 milhões de doses da Pfizer e 38 milhões da Janssen, a subsidiária farmacêutica da Johnson & Johnson.

“Chegamos a um momento grave da pandemia. As variantes do coronavírus estão nos atingindo agressivamente”, disse Pazuello em um vídeo postado nas mídias sociais, acrescentando que esperava que o Brasil recebesse as vacinas até maio.

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