Hoje na história: o massacre de Mỹ Lai na Guerra do Vietnã

Via Causa Operária

No dia 16 de março de 1968, soldados americanos massacraram 500 aldeões sul-vietnamitas de My Lai, em um dos mais sangrentos episódios durante a intervenção imperialista no Vietnã. Todos civis e em sua esmagadora maioria mulheres e crianças.

My Lai era o nome de uma aldeia vietnamita, localizada no de Sơn Tinh na província de Quảng Ngãi, região sul do território do país asiático.

O Exército dos Estados Unidos recebeu denúncias de que, na aldeia My Lai, havia apoio e refúgio para as forças da Frente Nacional de Libertação do Vietnã (FNL) proporcionado pelos moradores. Segundo as denúncias, pela manhã os moradores da aldeia iam para o mercado comprar comida, e os que ficassem seriam membros da FNL ou simpatizantes.

Um dos pelotões da companhia Charlie, 11a brigada da 23a Divisão de Infantaria, sob comando do Tenente Wiliam Calley, foi enviado à aldeia com a ordem de “limpar My Lai” e “matar tudo o que se mexesse”. Como consequência do cumprimento destas ordens, emanadas do comando das forças americanas, foi executado um massacre que, em apenas 4 horas, matou todos os animais, queimou as choupanas, estuprou e mutilou mulheres, assassinou crianças e idosos e trucidou com os homens. Estima-se que 500 aldeões foram assassinados neste episódio. Aldeões tiveram que se fingir de mortos e se esconderem entre os corpos para sobreviver.

O massacre veio a público cerca de um mês depois. As fotos e relatos horríveis do episódio, divulgados por soldados participantes e jornalistas, causaram uma comoção internacional, o que aumentou o repúdio internacional à intervenção americana no Vietnã e gerou intensos tumultos nos Estados Unidos, em particular por setores da juventude, que reivindicavam a retirada dos americanos do país asiático.

Em março de 1970, 25 militares americanos foram processados por crime de guerra e ocultação de cadáveres no caso do massacre de My Lai. Destes, somente o tenente William Calley, comandante do pelotão, foi condenado à prisão perpétua. Contudo, dois dias após a divulgação da sentença, Calley foi perdoado pelo presidente Richard Nixon, e teve sua pena comutada para o cumprimento de três anos e meio em prisão domiciliar em uma base militar na Geórgia. Nenhum membro do alto-comando das Forças Armadas, seja general, oficial superior ou oficial intermediário que autorizaram a operação ou os praças que a executaram jamais foram julgados e condenados. Os políticos burgueses que promoveram a guerra, massacrando uma população inocente de um país distante, pobre e atrasado, também jamais foram julgados e condenados.

My Lai foi mais um no rol de crimes monstruosos do imperialismo norte-americano cometidos durante a intervenção no Vietnã. A resistência prolongada do povo vietnamita, que teve enormes custos humanos e materiais, foi minando as forças americanas que, derrotadas,  retiraram-se integramente do país em 1975.

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