Hoje na História: O assassinato de Jorge Eliécer Gaitán e a origem das guerrilhas na Colômbia

No dia 9 de Abril de 1948, em Bogotá, o líder popular Jorge Eliécer Gaitán foi assassinado. Gaitán era candidato à presidência pelo Partido Liberal na eleição que seria disputada no ano seguinte. Por conta da sua popularidade a vitória era dada como certa. Gaitán tinha uma plataforma socialista que apontava a necessidade de uma reforma agrária e um indústria nacional.

Advogado de formação, Gaitán começou a carreira política defendo trabalhadores rurais da violência da United Company Fruit, multinacional americana famosa pelos massacres na América Latina. Amplamente popular, Gaitán foi eleito prefeito de Bogotá em 1936. Depois como Ministro da Educação reduziu o analfabetismo na Colômbia, implementou o ensino gratuito, os restaurantes escolares e valorizou a cultura nacional.

Gaitán foi morto a tiros na entrada de um restaurante, onde foi antes de ir discursar no Encontro Pan-Americano da Juventude. O seu assassino foi capturado por uma multidão enfurecida, o que dificultou entender as motivações do crime. Posteriormente, dois ex-agentes da CIA afirmaram que a agência dos EUA foi a mandante do assassinato.

A fúria popular não foi somente contra o assassino: o palácio presidencial foi invadido, bem como outros prédios do regime. Houve saques contra bancos e grandes lojas. A polícia se sublevou e aderiu ao movimento. Organizou-se uma junta revolucionária, controlaram-se as emissoras de rádio, que passaram a conclamar a formação de juntas similares em todo o país e a requisição de armas. Essa insurreição ficou conhecida como El Bogotazo.

A revolta não se limitou a capital: municípios próximos e a zona rural aderiram ao movimento. No entanto, o povo desorganizado não conseguiu se sustentar como uma plena revolução. Após o El Bogotazo, ocorreu a La Violencia, período marcado por uma espécie de guerra civil entre os partidários de Gaitán e o Partido Conservador, que duraria até 1957.
Os partidos institucionais chegaram a um acordo para acabar com as brigas entre si, unificando a repressão contra a população.

O povo colombiano não aceitou passivamente os massacres da ditadura oligárquica travestida de democracia. Surgiram as autodefesas, movimentos populares armados, para defender o direito à terra e a liberdade. Esses grupos de defesa originaram as guerrilhas, entre elas as FARCS.

O assassinato de Gaitán ainda é uma chaga aberta da história da Colômbia e da América Latina.

(No dia que foi assassinato, Gaitán tinha um encontro com estudantes latino americanos na cidade para o congresso da juventude, entre eles, um jovem cubano aspirante a advogado, chamado Fidel Castro.)

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