A entrada da Finlândia e da Suécia na Otan é um erro e uma tragédia

Via Hugo Albuquerque

O país prosperou com a neutralidade entre EUA e URSS, mas hoje capitula à pressão americana para cercar e destruir Moscou. Isso aumenta a tensão no mundo. Vamos à geopolítica do Báltico, mind the map.

A Rússia só pode se unificar, realmente, como um grande território íntegro – e imperial – no século 18, depois de ter assumido a hegemonia naval no Mar Negro, que agora está em disputa, e também no Báltico, na esteira da decadência sueca.

Com Finlândia e Suécia na Otan, passa a haver uma linha de comunicação entre os países bálticos e seus vizinhos nórdicos, fechando o Báltico. Hoje, a presença da Otan no Báltico é compensada pela neutralidade dos fino-sueca, e a existência do enclave de Kaliningrado.

Com a Otan ao norte, isso muda. E a hegemonia russa sobre o Báltico pode mudar também. Isso junto da Otan na Turquia, a movimentação ucraniana e, também os movimentos japoneses no extremo-oriente consiste em um fechamento do cerco ao país, que já passa dos cem anos.

De todos os movimentos, o do Mar Negro é, sem dúvida, o pior, mas conjugado com o Báltico, pode gerar um bloqueio naval da Rússia a oeste. É a primeira vez que isso acontece desde Napoleão – e lá serviu a uma invasão por terra.

Isso não interessa, objetivamente, nem à Finlândia, nem à Suécia, muito menos ao mundo. Mas sob uma narrativa muito ideologizada, os dois países, dentre os mais desenvolvidos do mundo, são convertidos em buchas de canhão da estratégia apocalíptica de “Biden”.

Onde vamos chegar e onde queremos chegar? Quando vemos isso tudo, a tensão em Taiwan, os movimentos golpistas na Colômbia temos, sem dúvida, um mundo conflagrado, que lembra uma versão bizarra…do mundo pré-Primeira Guerra e, ao mesmo tempo, dos anos 1930.

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