Dezenas de milhares de trabalhadores se levantam em Bruxelas contra o aumento do custo de vida

Via People Dispatch

Mais de 80.000 pessoas marcharam em Bruxelas exigindo que o governo revogue a Lei de Margem Salarial de 1996 que atua como um obstáculo à negociação de um aumento salarial médio máximo.

Na segunda-feira, 20 de junho, seções da classe trabalhadora na Bélgica organizaram uma manifestação maciça na capital de Bruxelas, protestando contra a crise do custo de vida e reiterando sua demanda por um aumento salarial significativo. Mais de 80.000 pessoas se juntaram à manifestação, incluindo quadros de vários sindicatos como a Federação Geral do Trabalho da Bélgica (ABVV/FGTB), Confederação de Sindicatos Cristãos (ACV/CSC), e Confederação Geral de Sindicatos Liberais da Bélgica (ACLVB/CGSLB), bem como ativistas de partidos políticos como o Partido dos Trabalhadores da Bélgica (PTB/PVDA) e o Partido Comunista da Bélgica (PCB/CPB). Vários grupos estudantis e de jovens também participaram da mobilização.

Trabalhadores de toda a Europa, inclusive na Bélgica, têm organizado mobilizações para protestar contra a atual crise do custo de vida. Sindicatos e partidos políticos progressistas estão exigindo um aumento geral nos salários para mitigar a crise marcada pelo aumento vertiginoso dos preços dos alimentos e da energia.

Os sindicatos belgas consideram a Lei de Margem Salarial de 1996, que estabelece um procedimento rigoroso para que os parceiros sociais belgas negociem um aumento salarial médio máximo, como um grande impedimento ao aumento dos salários no país.

Ao abordar a mobilização em Bruxelas na segunda-feira, Miranda Ulens, da ABVV/FGTB, afirmou: “80.000 mulheres e homens de todos os cantos do país exigem medidas estruturais para o poder de compra em Bruxelas. Porque a vida é mais do que apenas sobreviver”.

Em 21 de junho, o presidente da PTB, Raoul Hedebouw, disse à L’Echo que “em todo o país, a pressão está aumentando em torno do poder de compra dos trabalhadores. Em 20 de junho, os sindicatos saíram às ruas para exigir salários mais altos e contas mais baixas”. Esta tem sido uma mobilização em uma escala não vista há anos”. Mais de 80.000 pessoas foram para as ruas. Com uma mensagem unânime: a lei de 1996 deve ser revista urgentemente. O congelamento salarial deve ser levantado. Devemos pôr um fim a esta lei que prevê aumentos máximos nos salários reais de… 0% para os próximos quatro anos. Isto não é defensável. Nem econômica nem socialmente. Esta mensagem é transmitida por toda a classe trabalhadora, seus sindicatos e seus retransmissores políticos. Ela deve ser ouvida. Agora mesmo”.

O PCB/CPB alegou que “são as instituições imperialistas como a União Européia (UE), a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Fundo Monetário Internacional (FMI), que estão agora pressionando e apoiando os estados burgueses nele, para desmantelar os ganhos sociais coletivos, para ser capaz de aumentar a competitividade das corporações”.

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