Israel expande os assentamentos ilegais nos territórios palestinos ocupados

Autoridades israelenses emitiram uma ordem militar para confiscar mais de 616 dunams (152 acres) de terras palestinas privadas nas aldeias de Qaryout e al-Lubban ash-Sharqiya perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada.

Na segunda-feira, 31 de outubro, oficiais israelenses emitiram uma ordem militar para apreender mais de 616 dunams (152 acres) de terras palestinas privadas nas aldeias de Qaryout e al-Lubban ash-Sharqiya perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada, a fim de expandir o assentamento israelense ilegal de Eli, informou a agência de notícias Palestinian Wafa.

Wafa citou o ativista Ghassan Daghlas, que monitora as atividades dos assentamentos nos territórios ocupados, que disse que a ordem de apropriação das terras palestinas foi emitida de repente, o que deixou várias pessoas reclamando da apreensão de suas terras durante a noite pelas autoridades de ocupação.

A Palestinian farmer arrived to his land in order to pick his olives only to find out that a settler from the illegal Israeli settlement of Eli stole the land, seized it, uprooted the trees in it and turned it into a park for his own personal use

More: https://t.co/8YzVOhu5le pic.twitter.com/9p8SMEB61v
— Wafa News Agency – English (@WAFANewsEnglish) October 31, 2022

O assentamento Eli está localizado perto de Nablus, na Cisjordânia ocupada ao norte. Começou como um agrupamento de casas móveis em uma colina na área em 1984 e se expandiu gradualmente com a expropriação de cada vez mais terras palestinas. Atualmente, tornou-se um dos maiores assentamentos dentro da Cisjordânia ocupada, com uma população de cerca de 5.000 habitantes.

As forças de segurança israelenses freqüentemente impedem os palestinos locais de acessar suas fazendas e terras próximas ao assentamento. Na segunda-feira também foram noticiados na mídia local vários casos de forças de segurança israelenses atacando palestinos.

Enquanto isso, em Jerusalém Oriental ocupada, o comitê de Planejamento e Construção da Al-Quds controlado por Israel decidiu na segunda-feira construir 135 unidades de colonos na localidade palestina de Sheikh Jarrah.

#Israel bans Palestinian farmers from their land, destroy 180 olive trees https://t.co/Jfz2G6AMLO
— Middle East Monitor (@MiddleEastMnt) October 31, 2022

O povo de Sheikh Jarrah vem lutando para salvar a localidade da agressão israelense há mais de um ano e resistindo às tentativas da ocupação de deslocar os palestinos usando a força e a intimidação.

Toda construção israelense dentro dos territórios palestinos ocupados é ilegal de acordo com a quarta Convenção de Genebra relacionada aos territórios ocupados. Ela também viola a resolução 2234 do Conselho de Segurança da ONU, que especificamente chama a expansão dos assentamentos israelenses dentro dos territórios ocupados de “violações do direito humanitário internacional e resoluções relevantes”.

Apesar da oposição internacional e das resoluções da ONU, Israel vem expandindo seus assentamentos ilegais nos territórios ocupados desde 1967. Atualmente, mais de 700.000 israelenses vivem em mais de 230 assentamentos ilegais nesses territórios.

Esses assentamentos foram construídos ilegalmente usando força brutal para deslocar os palestinos que vivem nas áreas. Nos últimos anos, a taxa de expansão dos assentamentos israelenses tem aumentado muito. Os palestinos na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental foram forçados a sair de localidades como Masafer Yatta, Sheikh Jarrah e Silwan, entre outros, para dar lugar a assentamentos israelenses ilegais.

Os beduínos que vivem no deserto de Negev (al-Naqab) também foram deslocados para dar lugar a assentamentos israelenses.