O plano para paz na Ucrânia da China

Via SputnikBrasil

O enviado especial chinês, Li Hui, visitou Kiev para compartilhar as opiniões de Pequim sobre um possível acordo político para solucionar a crise na Ucrânia.

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, se reuniu com o recém-nomeado enviado especial da China para assuntos da Eurásia, Li Hui, que viajou a Kiev para transmitir as opiniões de Pequim sobre uma resolução diplomática para o conflito da Ucrânia com a Rússia.
De acordo com um comunicado publicado nesta quinta-feira (18) pelo Ministério das Relações Exteriores da China, Li manteve conversas com Zelensky, bem como com o chefe do gabinete do presidente ucraniano, Andrei Yermak, o ministro das Relações Exteriores, Dmitry Kuleba, e representantes de vários outros ministérios.

Pequim disse que ambos os lados concordaram que o recente telefonema entre o presidente chinês, Xi Jinping, e Zelensky delineou a direção para as relações futuras entre suas duas nações, que devem ser construídas com base no respeito mútuo e na sinceridade.
Durante sua viagem, Li reiterou que Pequim está disposta a servir como mediadora da paz para ajudar a alcançar uma solução política para o conflito com a Rússia, com base nos princípios descritos em um roteiro de 12 pontos publicado pela China no final de fevereiro.

“Não há panaceia para resolver a crise. Todas as partes precisam começar por si mesmas, acumular confiança mútua e criar condições para acabar com a guerra e se engajar em negociações de paz”, disse Li, de acordo com o comunicado do Ministério das Relações Exteriores da China.

A viagem de dois dias do enviado especial à Ucrânia é a primeira etapa de uma viagem mais ampla pela Europa, durante a qual ele deve visitar a Polônia, França, Alemanha e Rússia. Pequim explicou que a viagem visa promover a comunicação em direção a “uma solução política para a crise na Ucrânia”.

Os esforços de paz da China foram bem recebidos pela Rússia, bem como por algumas nações europeias, como a Hungria, e foram elogiados por reconhecer os interesses nacionais de ambas as partes.

O roteiro, no entanto, foi criticado por alguns no Ocidente. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, afirmou que a China carece de “credibilidade”, pois se recusou a condenar as ações da Rússia na Ucrânia. O chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, insistiu que “a única coisa que pode ser chamada de plano de paz é a proposta de Zelensky”.

O presidente ucraniano exigiu que a Rússia se retire dos territórios que Kiev reivindica como seus, assim como pague reparações de guerra e enfrente um tribunal internacional. O Kremlin rejeitou a iniciativa, alegando que o plano não leva em consideração “as realidades no terreno”, incluindo o novo status de quatro ex-regiões ucranianas como parte da Rússia.

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