QUEM É O DITADOR DA VEZ?

Ironicamente, enquanto o “grande ditador sanguinário”, Nicolás Maduro, “mata sua população de fome”, “rouba os direitos de seus trabalhadores”, o que vemos, na verdade, são os franceses ocupando, há oito semanas seguidas [!], as ruas da França, exigindo mais direitos e a queda do presidente Emmanuel Macron. Enquanto o presidente da Venezuela é acusado de “massacrar” o seu próprio povo nas ruas, o que vemos é a repressão policial na França, que apenas nas últimas semanas, causou amputações, deixou pessoas cegas (atingidas por bala de borracha), inclusive existem franceses em coma. Essa semana, um cidadão francês perdeu a mão por conta de uma granada de efeito moral. Talvez os EUA tenha que levar um pouco de democracia à França. 

A ofensiva contra Maduro é a ponta de lança de uma política regional rígida de Washington contra regimes ‘autoritários’ na América Latina, conhecida como “troika tirânica”, e tendo como ‘’eixo do mal’’ Venezuela, Cuba e Nicarágua. Os remanescentes contra o imperialismo. O ataque contra Maduro impondo o líder da oposição e Presidente da Assembléia nacional como único presidente legítimo da nação, deixa bem claro os objetivos da pirâmide das coligações transitórias de interesses políticos: um plano amplo de Trump para a América Latina torpedeado com sanções, com asfixia econômica do campo petrolífero e uma intervenção militar – ainda não está contemplada, embora Washington tenha deixado claro que é uma das muitas em cima da mesa.  A Venezuela possui Petróleo, Nióbio e ouro. Por que é tão difícil acreditarem que os EUA querem destruí-la para roubar seus recursos?

Depois 519 anos de um processo nada civilizatório, de escravidão disfarçada, de exclusão inominável, de injustiça social perversa, patrocinada pela elite branca neste país racista de maioria negra, o Brasil alinha-se objetivamente com o imperialismo americano para mais um período de vassalagem; talvez, em nenhum lugar do mundo a demanda por madeira e terra para o plantio é mais intensa do  que na Amazônia, onde a pecuária, derrubada de árvores, mineração, propriedades privadas e evangelização proselitista dos índios estão destruindo o que ainda resta.

O brasileiro se acostumou a participar da vida política brasileira como se estivesse assistindo a uma novela, esperando o próximo capítulo e torce para um final feliz. Enquanto isso, os coletes amarelos de extrema esquerda lutam contra Coletes amarelos de extrema direita, fazendo o que a brasileiro deveria ter feito em 2013: combater o fascismo.

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