Anistia Internacional mantém relatório expondo crimes de guerra da Ucrânia
Por France Presse
A Anistia Internacional disse que os militares ucranianos colocaram civis em perigo ao estabelecer bases militares em áreas residenciais e lançar ataques a partir de locais densamente povoados para impedir a invasão russa.
A Anistia Internacional reafirmou na sexta-feira (5) o conteúdo de seu relatório que diz que a Ucrânia põe em risco a vida de civis ao instalar bases militares em escolas e hospitais, mesmo depois de críticas do governo ucraniano.
A Anistia “mantém plenamente nossas conclusões”, disse a secretária-geral da ONG, Agnes Callamard.
“As conclusões são baseadas em evidências coletadas ao final de extensas investigações que seguiram os mesmos padrões rigorosos e diligentes aos quais todo o trabalho da Anistia Internacional é realizado”, afirmou ela.
Entenda o relatório
Em um relatório publicado na quinta-feira após uma investigação de quatro meses, a Anistia Internacional disse que os militares ucranianos colocaram civis em perigo ao estabelecer bases militares em áreas residenciais e lançar ataques a partir de locais densamente povoados para impedir a invasão russa.
Segundo a ONG, essas práticas violam o direito internacional humanitário.
Reação de Zelensky
Pouco depois, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Anistia Internacional de apologia ao “Estado terrorista” da Rússia.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou estar indignado com as acusações da ONG, que ele afirmou serem injustas.
Callamard disse que o governo ucraniano não respondeu aos pedidos da Anistia Internacional para comentar as alegações da organização. Ela afirma que a Anistia já divulgou relatórios “documentando crimes de guerra cometidos por forças russas na Ucrânia”.
Anistia Internacional versus Anistia Internacional da Ucrânia
Por sua vez, a responsável da Anistia Internacional na Ucrânia, Oksana Pokalchuk, disse em nota que a organização ignorou seus pedidos para não publicar o relatório, que não será traduzido para o ucraniano.
Callamard disse que este não é o momento de comentar as “imprecisões” na declaração de Pokalchuk, mas insistiu que o relatório passou por um “processo de revisão interna completo”.