Moscou: EUA estão transferindo as pesquisa de armas biológicas para fora da Ucrânia
Via RT
Projetos inacabados estão sendo realocados para países da Ásia Central e do Leste Europeu, de acordo com os militares russos.
Washington está transferindo sua pesquisa de armas biológicas para fora da Ucrânia, afirmou o chefe das tropas de defesa nuclear e química da Rússia. Isso ocorre depois que a existência dos laboratórios de pesquisa foi exposta sob a presidência de Trump.
“O Pentágono está trabalhando ativamente para transferir seus projetos de pesquisa inacabados para os países da Ásia Central e da Europa Oriental”, insistiu Igor Kirillov durante um briefing no sábado.
Os EUA também têm intensificado a cooperação com Camboja, Cingapura, Tailândia, Quênia e outras nações do Indo-Pacífico e da África, sendo que “o Departamento de Defesa dos EUA está mais interessado em países que já possuem laboratórios com alto nível de biocontenção”. ele adicionou.
Segundo o comandante, dados sobre laboratórios ilegais apoiados pelos Estados Unidos na Ucrânia foram apresentados na conferência da Organização para a Proibição de Armas Químicas, realizada em Genebra entre 28 de novembro e 16 de dezembro.
Incluía “evidência documental de que o trabalho com componentes de armas biológicas e estudos de patógenos de infecções especialmente perigosas e economicamente significativas foram realizados no território da Ucrânia com apoio financeiro, científico, técnico e pessoal dos EUA”, observou ele.
Documentos obtidos pela Rússia durante sua operação militar na Ucrânia revelam que “programas militares-biológicos” foram executados através do Instituto de Pesquisa Anti-Peste Mechnikov em Kiev, o Instituto de Medicina Veterinária em Kharkov e o Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Higiene de Lviv, Kirillov afirmou.
Os arquivos também mencionam três contratados do Pentágono e sete funcionários de alto escalão do Departamento de Defesa dos EUA, acrescentou.
O texto completo de um relatório da Agência de Redução de Ameaças de Defesa dos EUA (DTRA) sobre seu trabalho na Ucrânia, visto pelos militares russos, continha dados, “confirmando a realização de exercícios e atividades de treinamento com patógenos de infecções especialmente perigosas” na Ucrânia, disse Kirillov. Quando o Pentágono divulgou este relatório ao público, 80% de seu conteúdo havia sido redigido, apontou.
Segundo o comandante russo, o chefe da delegação americana na conferência se recusou a responder às acusações da Rússia de violações da Convenção de Armas Químicas (CWC) por seu país.
“Tal postura dos EUA e seu bloqueio de qualquer iniciativa para retomar o trabalho no mecanismo de verificação da CWC mais uma vez confirma que Washington tem algo a esconder e que garantir a transparência em termos de cumprimento da convenção não joga no mãos dos americanos”, disse ele.
No entanto, o relatório da Rússia não passou despercebido por outros países e “fez muitos Estados-membros refletirem sobre os riscos da cooperação com Washington na área militar-biológica”, enfatizou Kirillov.
Os militares russos têm liberado gradualmente materiais sobre o trabalho dos biolabs apoiados pelos EUA na Ucrânia desde março. Washington negou as alegações de armas biológicas de Mocsow, chamando-as de desinformação e uma teoria da conspiração usada pela Rússia para justificar sua operação militar.