Zimbábue planeja construir uma cidade futurista para substituir sua capital

Via Actualidad

Além de ter um design luxuoso, pretende-se utilizar a tecnologia ‘blockchain’ e construir uma central solar, enquanto a atual capital sofre com problemas tanto no abastecimento de eletricidade como de água.

As autoridades do Zimbábue planejam construir uma cibercidade no Monte Hampden, informou a Bloomberg na quinta-feira.

Na cidade que fica a cerca de 17,7 quilômetros de Harare, capital do país africano, ficarão o prédio do Parlamento, que já foi construído pela China, o banco central, os tribunais superiores, a bolsa de valores e o palácio presidencial.

“O prédio do Parlamento já foi construído e todos os ministros estão se mudando para lá”, disse o bilionário Shaji Ul Mulk. Ele acrescentou que já investiu cerca de US$ 500 milhões na construção da cibercidade, que segundo ele custará cerca de US$ 60 bilhões e se parecerá com Dubai.

Além disso, na cidade cibernética está prevista a utilização da tecnologia ‘blockchain’ e a construção de uma usina solar, algo importante para o Zimbábue, que sofre blecautes de 19 horas por dia.

Atualmente, Harare está em declínio. Segundo a Bloomberg, o lixo raramente é recolhido, as ruas do centro estão cheias de vendedores ambulantes, os moradores sofrem com a falta de energia e em algumas áreas não há água de qualidade. A economia do país está em uma situação frágil, já que a inflação anual chega a 244% e os juros são os mais altos do mundo. O Zimbábue está tendo dificuldades para comprar alimentos e combustível, bem como para pagar a dívida externa, diz o jornal.

Por seu lado, a oposição rejeita a ideia de fazer uma nova capital. O ex-ministro da Fazenda, Tendai Biti, aponta que não há detalhes suficientes sobre os investimentos no projeto, bem como a autorização parlamentar para a construção.

Por um lado, problemas econômicos e políticos dificultam a realização do projeto devido à escassez de recursos financeiros. Por outro lado, a ideia de construir uma cibercidade em Mount Hampden reflete “a preocupação da elite governante de não interromper suas vidas vendo sujeira e pobreza”, diz o professor Stephen Chan, da Escola de Estudos Orientais e Africanos de Londres. Da mesma forma, descreve a cibercidade como uma “bolha” ou “anomalia” num contexto em que a maioria enfrenta a degradação da infraestrutura e considera improvável que ela venha a ser construída.

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