Plano dos EUA para confiscar ativos russos é a ‘pirataria do século XXI’, diz MRE da Rússia

Via SputnikBrasil

Nesta sexta-feira (12), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia classificou o plano dos EUA para confiscar até US$ 300 bilhões em ativos russos congelados para ajudar a reconstruir a Ucrânia como “pirataria do século XXI”.

A representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, acusou Washington de tentar criar “cobertura legal” para roubar os ativos soberanos da Rússia, uma medida que Moscou alertou repetidamente que violaria o direito internacional e prejudicaria o sistema financeiro global.

“O roubo de propriedade estatal, privada e pública tornou-se uma marca registrada dos anglo-saxões. Washington e Londres fazem isso há décadas. Antes era chamado de pirataria, mas depois foi legalizado. Agora é a pirataria do século XXI, na minha opinião”, afirmou a representante.

Um relatório publicado pela Bloomberg na quarta-feira (12) disse que a administração do presidente dos EUA, Joe Biden, estava apoiando uma legislação que lhe permitiria apreender alguns bens russos congelados para ajudar a reconstruir a Ucrânia.

Zakharova também acusou Washington de tentar forçar a União Europeia a aderir ao mesmo plano de confisco de bens, e reafirmou que Moscou reagiria duramente se os seus bens fossem roubados.

A administração Biden enfrenta desafios na implementação de plano para utilizar os ativos, uma vez que necessita do consentimento dos países europeus, os quais, incluindo a Alemanha, questionam a viabilidade dessa medida.

“Medidas de retaliação serão tomadas e serão tais que serão vistas e sentidas. Serão dolorosas”, disse a diplomata.Depois que a operação militar especial foi lançada em fevereiro de 2022, os Estados Unidos e seus aliados proibiram transações com o Banco Central e o Ministério das Finanças da Rússia, bloqueando cerca de US$ 300 bilhões (R$ 1,4 trilhão) em ativos soberanos russos no Ocidente, grande parte deles na Europa.

O MRE russo afirmou disse que o Ocidente está agora a lutar para encontrar novas formas de financiar a Ucrânia devido às crescentes dificuldades em garantir apoio financeiro para Kiev.

Dmitry Peskov, porta-voz presidencial da Rússia, também comentou a notícia, sublinhando que Washington não notificou Moscou sobre a medida: “É claro que quase não temos canais de comunicação. Ninguém notificou ninguém. Essa ação dos EUA mina sua autoridade financeira internacional, mina a confiança dos investidores internacionais”, afirmou Peskov, conforme noticiado.

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