REFORMA DA PREVIDÊNCIA: O BRASIL FICARÁ CINZA
3ª parte: A REFORMA E A LUTA DE CLASSES: EVITAR O MAIOR ROUBO DA HISTÓRIA DO PAÍS
Nem cem anos de corrupção se compara com o roubo da seguridade social que está por vir. Essa reforma é para explorar ainda mais o trabalhador, fazê-lo contribuir por mais tempo, ou seja, trabalhar mais, fazendo com que os bancos aumentem suas margens de lucros. Para aprofundar mais a desigualdade e a exploração do trabalhador propõem a criação de um regime de capitalização, para ser regulamentado posteriormente, posto que é mais fácil de ser aprovado no Congresso. Este regime gera a lógica de que o trabalhador contribui com uma quantidade definida, mas o benefício que receberá não é definido, conhecido como – contribuição definida, benefício indefinido – no qual os trabalhadores dão sua contribuição para os fundos de pensão (ligados aos bancos), e esses fundos de pensão usam como quiser, em geral, especulando no mercado financeiro. Assim, o benefício de toda uma população fica na mão de empresas privadas. Mas as empresas privadas não são tão melhores que as públicas? O que pode acontecer de mais? No Chile, mais de 12 fundos de pensão (AFPs – administradoras de fondos de pensiones de Chile), que inclusive recebiam dinheiro público, faliram levando a aposentadoria de milhões de pessoas que não receberam NADA. Lá, a maioria dos idosos ganham menos de um salário mínimo.
Em resumo, do dia para a noite, o Governo Bolsonaro se apropriará de todos os recursos até então destinados para a seguridade social, como por exemplo a Cofins (contribuição para o financiamento da seguridade social), que é a maior arrecadação de contribuição do país, deixando apenas o INSS como fonte de financiamento da previdência, que logicamente, o plano será sucatear depois.