Venezuela tem mais de 450 sanções que limitam resposta à pandemia

Via Urbs Magna

Pelo menos 30 bilhões de dólares em bens não podem ser acessados devido às restrições impostas pelos EUA e UE comprometendo a cobertura de necessidades básicas da população, diz Maduro sobre “pressão e perseguição excessivas” contra ele, com o objetivo final de causar um mudança de governo.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta segunda-feira (22), durante participação virtual da abertura das sessões do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que as sanções internacionais e bloqueio de bens de seu país no exterior impedem de dar uma melhor resposta à pandemia de coronavírus. De acordo com o líder da República Bolivariana, o país tem mais de 450 medidas punitivas para “exercer pressão e perseguição excessivas” contra ele, com o objetivo de provocar uma mudança de governo. Pelo menos 30 bilhões de dólares em bens estão inacessíveis devido às restrições impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia. O valor serviria para cobrir as necessidades básicas da população, afirmou.

Ao Fórum Internacional do Conselho de Direitos Humanos, Maduro disse que “os sequestradores de bens e recursos do Estado venezuelano têm demonstrado grande crueldade, mesmo em circunstâncias de pandemia, ignorando os apelos da comunidade internacional”.

Michelle Bachelet, comissária do CDH da ONU, já afirmou no passado que tais sanções “não são a forma mais eficaz de encorajar a colaboração do regime de Maduro”. Uma missão investigativa que atua na gestão de Bachelet aponta graves violações de direitos humanos na Venezuela, incluindo eventos que podem representar crimes contra a humanidade e dos quais altos funcionários do governo foram cúmplices.

Em contrapartida, Maduro denunciou que as sanções econômicas aumentaram agravando a crise humanitária na Venezuela nos últimos cinco anos, o que causou o êxodo de mais de 5 milhões de pessoas. O presidente venezuelano prometeu colaborar com o CDH, mas manteve sua posição de rejeitar “qualquer mecanismo inquisitorial que busque usar a causa dos direitos humanos como instrumento político”.

Nicolás Maduro salientou que “provocações ideológicas” não vão atrapalhar a colaboração que seu país iniciou com o Gabinete Bachelet, que por enquanto se limita à presença de observadores atentos à situação. Por outro lado, Bachelet quer estabelecer um escritório em Caracas de forma independente e com um escopo mais amplo, o que Maduro não aceita.

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