Hoje na História: o triste fim de Pedro Albizu Campos

Há 56 anos, morria um dos maiores símbolos da luta contra ocupação imperialista na América Latina.

Pedro Albizu Campos formou-se na Escola de Direito de Harvard com a maior nota de sua turma de direito, teve como recompensa o direito ao discurso de orador oficial em sua cerimonia de graduação. Contudo, devido ao racismo estrutural da universidade, seus professores atrasaram duas de suas prova finais no intento de fazê-lo perder a cerimonia de graduação. Durante seu tempo em Harvard, fundou os Cavalheiros de Colombo juntamente a outros estudantes católicos. Albizu Campos também se tornou fortemente envolvido na luta irlandesa pela independência.

Foi o presidente e porta-voz do Partido Nacionalista Porto-riquenho de 1930 até sua morte em 1965. Devido às suas habilidades oratórias, era chamado de “El Maestro”. Em 1950, orquestrou levantes armados em diversas cidades em Porto Rico pela independência do país. Preso, ficou na prisão durante 26 anos pela tentativa de derrubar o governo estadunidense em Porto Rico. Morreu em 1965, pouco tempo depois de receber perdão e liberdade da prisão federal, oficialmente, devido um AVC. No entanto, há controversas acerca do tratamento médico que recebeu na prisão e como isto seria a causa principal de sua morte.

Lembrado na Assembleia Geral da ONU, em 1964, durante o histórico discurso de Che Guevara:

“Expressamos nossa solidariedade ao povo de Porto Rico e seu grande líder, Pedro Albizu Campos, que, em um ato mais de hipocrisia, foi libertado com 72 anos, sem falar quase, paralítico depois de ter passado na cadeia toda sua vida. Albizu Campos é um símbolo da América irredenta e indômita. Anos e anos de prisões, pressões quase insuportáveis no cárcere, torturas mentais, solidão, o isolamento total de seu povo e de sua família, a insolência do conquistador e de seus lacaios na terra que o viu nascer; nada dobrou sua vontade.

A Delegação de Cuba rende, em nome de seu povo, homenagem de admiração e gratidão a um patriota que dignifica nossa América. Os norte-americanos tem pretendido durante anos converter a Porto Rico em um espelho de cultura híbrida; se fala espanhol com inflexões em inglês, fala espanhol se curvando para se inclinar ante o soldado ianque. Soldados porto-riquenhos tem sido empregados como carne de canhão em guerras do império, como na Coreia, e até para disparar contra seus próprios irmãos, como foi no massacre perpetrado pelo exército norte-americano, há alguns meses, contra o povo desamparado do Panamá – um dos mais recentes feitos do imperialismo ianque.

Contudo, a pesar desta tremenda violação de sua vontade e destino histórico, o povo de Porto Rico tem conservado sua cultura, seu caráter latino, seus sentimentos nacionais, que mostram por si mesmo a implacável vocação de independência subjacente nas massas desta ilha latino-americana”.

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