OPEP adverte a UE contra a proibição das importações de petróleo russo

Via The Cradle
Os principais membros da OPEP, como a Arábia Saudita e os EAU, optaram por consolidar as relações com Moscou, pois seus laços com o Ocidente continuam sendo enfraquecidos.
Funcionários da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) lançaram um aviso severo para a UE, dizendo que se a aliança européia seguir adiante com uma proposta de proibição das importações de petróleo da Rússia, os mercados verão picos maciços de preços além da onda já vista.
Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia no mês passado, os preços do petróleo subiram a seus níveis mais altos desde 2008, uma situação que foi exacerbada por severas sanções econômicas impostas a Moscou.
A advertência teria vindo durante uma reunião em 16 de março entre funcionários da OPEP, incluindo o Secretário Geral Mohammad Barkindo e o Comissário de Energia da UE, Kadri Simson.
De acordo com uma fonte da OPEP que falou com a Reuters, as preocupações do grupo foram deixadas bem claras para a UE. “Eles estão muito bem informados”, disse a fonte.
“A OPEP apresentou sua análise da situação do mercado petrolífero e nos informou sobre seus planos em termos de produção de petróleo”, disse um funcionário da UE em resposta à notícia.
No início deste mês, tanto Washington como Londres fizeram tentativas de pressionar a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos a aumentar seus níveis de produção de petróleo a fim de mitigar a disparada dos preços dos combustíveis.
Entretanto, ambas as tentativas falharam com Riad e Abu Dhabi deixando claro ao Ocidente que pretendem manter a cota de produção acordada pela OPEP+.
A Rússia é um aliado da OPEP e co-preside o grupo OPEP+, que tem cooperado no fornecimento de petróleo para apoiar os mercados petrolíferos desde 2017.
Em uma demonstração adicional de desafio contra as exigências do Ocidente, em 17 de março, o Ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Abdullah bin Zayed al Nahyan, viajou a Moscou para cimentar os laços de cooperação energética de Abu Dhabi com Moscou.
A viagem veio apenas um dia depois que o primeiro-ministro britânico não conseguiu convencer os membros da OPEP a aumentar a produção.
Quanto à Arábia Saudita, o reino expressou anteriormente sua vontade de diminuir os investimentos nos EUA e até lançou a idéia de vender petróleo para a China, utilizando o yuan chinês em vez do dólar americano.