México caminha para a estatização do lítio

Via Actualidad

“O lítio é nosso”. O presidente mexicano afirmou que os contratos autorizados para a exploração deste mineral serão revistos, no país.

O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, celebrou na terça-feira a aprovação pela Câmara dos Deputados da reforma da Lei de Mineração, que promove a exploração nacional do lítio, um mineral estratégico para a economia do país.

“O lítio é nosso”, disse o presidente durante sua coletiva de imprensa matinal. “Tenho lido comentários sobre a razão pela qual vamos ter lítio se nos faltar a tecnologia. Sim, mas vamos desenvolver a tecnologia, ou vamos adquiri-la”, observou ele.

Para o político, antes da administração pública lidar com o setor petrolífero, as mesmas críticas também foram feitas: “Foi o que aconteceu com a expropriação de petróleo. As empresas estrangeiras nos condenaram, dizendo que não seríamos capazes de fazer a indústria avançar, porque não tínhamos a tecnologia. E os trabalhadores do petróleo, os técnicos, levaram a Pemex adiante”.

Na segunda-feira, com 275 votos a favor, 24 contra e 187 abstenções, a Câmara concordou em declarar a exploração, exploração e uso do lítio “de utilidade pública”. Desta forma, a utilização deste recurso dependerá exclusivamente do Estado mexicano.

A aprovação veio depois que a legislatura rejeitou a proposta do governo de reforma da eletricidade: “Um ato de traição ao México foi cometido”, disse López Obrador na época, considerando que favorecia as empresas estrangeiras.

Revisão do contrato
Além disso, o líder esclareceu que após a aprovação da reforma de mineração “contratos para outros minerais”, tais como ouro, prata ou cobre, “não estão suspensos, mas é para o lítio”. A este respeito, ele disse que os contratos já assinados serão revistos para ver se os requisitos foram cumpridos.

Em particular, ele se referiu ao caso da empresa chinesa Ganfeng Lithium, que havia sido autorizada a explorar o mineral em Sonora. “Estamos analisando se as autorizações correspondentes foram emitidas e se o processo de consulta com as comunidades foi realizado”, disse ele. Ele acrescentou: “Se não forem contratos de lítio, não têm possibilidade de serem utilizados para a exploração e produção de lítio”.

O pedido de informações se deve ao fato de que “houve um contrato que foi transferido, que estava nas mãos de uma empresa inglesa [Bacanora Lithium] e passou para as mãos de uma empresa chinesa, e depois houve pedidos de informações sobre o porquê dessa permissão ter sido concedida”, disse o presidente. Isto foi depois que a Comissão Federal de Concorrência (Cofece) afirmou que o projeto estava de acordo com o regulamento, antes das modificações.

Na terça-feira, Obrador disse estar satisfeito com a decisão da Corte de ressaltar que a Cofece “não tem poder sobre assuntos que correspondem à comissão de energia, que é autônoma”. Segundo o político, a Cofece representa as corporações e vai contra os interesses da população.

Ele também expressou otimismo sobre as mudanças no setor de mineração: “A decisão de ontem foi uma boa decisão”. Ele também fez alguns comentários para a oposição: “Vamos ver se eles não puxam os ouvidos daqueles que não fizeram seu trabalho completo. Eles pensavam que bloquear a reforma constitucional resolveria tudo”, brincou ele.

Nos últimos dias, o presidente já havia explicado publicamente a importância deste mineral: “As grandes empresas automobilísticas que fabricam automóveis, que estão se movendo em direção aos carros elétricos, necessitam de lítio. O preço está subindo cada vez mais, em dois anos ele aumentou dez vezes no mercado mundial.
Em dois anos, o mercado mundial subiu dez vezes em relação ao ano anterior.

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