Se queremos falar de decolonização precisamos falar de desdolarização

O analista do jornal South China Morning Post, Alex Lo, destacou que a desdolarização é a nova descolonização, e que todos os vassalos ou inimigos dos EUA precisam trilhar um novo caminho.

De acordo com o especialista, os próprios Estados Unidos demonstraram não ser um império, e ficou claro depois da invasão do Afeganistão, mas antes do Iraque, que os EUA não têm um império para estender ou se estabilizar como utopia.

Em um momento em que os americanos foram dominados em torno do mundo, sua verdadeira face unipolar veio à tona, revelando suas verdadeiras ambições territoriais, e que de “bom moço” não têm nada.

Alex Lo destaca que a transformação do mundo com o capitalismo emergindo significa que o império anglo-americano surgiu para controlar a economia global como fonte da verdadeira força hegemônica, mas apenas através do território.

“Apesar da profunda amnésia histórica, os EUA usam sua carreira como um império promissor se apoderando de outros territórios, começando em seu próprio continente”, recordou.

Além disso, o especialista observa que após a Segunda Guerra Mundial, os EUA abandonaram seu imperialismo territorial e passaram a focar no domínio e controle da economia mundial, com o dólar se tornando um instrumento financeiro primário de controle global, apoiado por centenas de bases militares divididas em cinco comandos globais sob o Pentágono.

Usando sua moeda como arma, os EUA podem a qualquer momento, punir aqueles que não sigam suas doutrinas, com sanções, confiscando ou congelando seus dólares, tentando ao máximo forçar estas nações a permanecerem sob seus “comandos”.

Em 2019, durante os distúrbios entre Hong Kong e a China, foi especulado que Washington poderia cortar o acesso da região ao dólar, o que faria com que o dólar de Hong Kong sofresse um colapso.

O caso mais recente é o da Rússia, onde em nome da “democracia”, os americanos voltaram a usar o dólar como instrumento de guerra, para tentar comprometer os russos, “roubando” ativos em nome da “liberdade e dos direitos humanos”.

Sendo assim, é mais do que necessário que o mundo abandone a moeda americana e crie uma nova ordem mais justa, mesmo que seja algo difícil e que leve algum tempo.