Certificados de vacina Covid podem levar a “documento de identidade global”

Via RT

Ontem, o STF brasileiro permitiu que o Estado imponha restrições a quem não tomar vacina contra Covid-19. Ministros entendem que a vacinação compulsória pode ser implementada por medidas indiretas, como vedação a frequentar lugares ou a exercer atividades.

Os programas de vacinação Covid-19 que estão sendo lançados em todo o mundo abrem as portas para novas formas de identificação que poderiam levar a um maior controle governamental sobre a vida diária, a Privacy International advertiu em um novo relatório.

Em sua análise, o grupo de direitos humanos sediado no Reino Unido disse que os cartões de vacinação e passaportes de “imunidade” emitidos por alguns governos poderiam abrir o caminho para “esquemas de identidade digital” e outras formas de identificação.

Enquanto países como o Reino Unido insistem que tais documentos são simplesmente usados para manter um registro das vacinas e lembrar as pessoas quando elas precisam receber uma segunda dose do medicamento, a Privacy International detalhou como os cartões aparentemente benignos, que em seu rosto parecem “necessários”, poderiam evoluir para algo bem diferente.

O grupo disse que se as vacinas se tornarem um requisito, ou forem usadas para conceder certos privilégios, torna-se necessário “verificar” quaisquer documentos relacionados, essencialmente transformando o cartão em um “passe”.

E é aí que ele se torna um documento de identidade. E uma vez que você tenha múltiplos usos (por exemplo, acesso a serviços) em múltiplos domínios (ou seja, setor público, setor privado), em múltiplos países (ou seja, viagens), então estamos nos aproximando de um documento de identidade global necessário para viver sua vida.

De acordo com a organização, esse “pulha da função” poderia ser aproveitado pelas autoridades para implantar uma identificação digital que possa ser usada para aplicação da lei, combate ao terrorismo e imigração – áreas que normalmente estão fora do escopo da saúde pública. Usando a pandemia do coronavírus, os governos poderiam “atalhar o debate público” sobre essas novas formas de identificação e o que elas significam para a vida dos cidadãos, observou a Privacy International.

O grupo também argumentou que seria “injusto” vincular certos privilégios ou direitos à vacinação Covid-19, pois a droga não está disponível para todos e algumas partes do mundo podem não ter acesso ao jab no próximo ano.

Vários países já sinalizaram que pretendem usar certificados de vacinas ou passaportes para regulamentar o que as pessoas podem e não podem fazer.

Na quinta-feira, o tribunal superior do Brasil decidiu que os cidadãos podem ser legalmente “obrigados” a tomar uma vacina contra o coronavírus, estabelecendo o terreno para “sanções” para aqueles que recusam a droga. Em Israel, o governo deixou claro que aqueles que forem vacinados poderão “entrar em lugares que ainda serão restritos a outras populações”.

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