O ATAQUE À REFINARIA NÃO FOI UMA “AGRESSÃO DO IRÔ, MAS UM ATO DE RESISTÊNCIA DO POVO DO IÊMEN

Por Luã Reis

O ataque à refinaria da Arábia Saudita não pode ter partido do Irã: todo espaço aéreo do Golfo Pérsico é vigiado pelos EUA, Reino Unido e vassalos. O mesmo vale para o espaço aéreo do Kuwait e do Iraque, países no caminho entre sauditas e iranianos, cujos céus são controlados pelas bases americanas em suas terras.

Diferente do sul desértico da Arábia, onde se localiza a fronteira com o Iêmen. O céu nessa região não é tão vigiado e  os iemenitas conseguem por ali responder aos massacres realizados pela coalização saudita.

Na tentativa de dissimular essa realidade, a mídia hegemônica internacional afirma que os ataques foram “patrocinados por Teerã”, reproduzindo a versão americana dos acontecimentos.

Ora, alguém já viu essa mesma mídia falar sobre o patrocínio dos EUA, do Reino Unido, de Israel, da França, do Canadá, da Itália, da Austrália e dos Emirados que diariamente realizam massacres contra o povo do Iêmen?

Diariamente as armas desses países – alguns ditos como exemplos de democracia, liberdade, respeito aos direitos humanos – explodem casas, hospitais, ônibus escolares, casamentos, centros comerciais, provocando dezenas de milhares de mortos, centenas de milhares de feridos, amputados, desabrigados, miseráveis e famintos.

Mas, observando a repercussão, a vida dessas pessoas pelo fato de nascerem no pobre Iêmen, não vale tanto quanto a refinaria.  Nessa lógica macabra de silenciamento, elas não têm direito a se defender a reagir aos massacres, a resistir ao genocídio. 

Cabe lembrar: somos mais parecidos com aquela criança iemenita morta debaixo dos escombros provocados pelas armas dos EUA do que com um barril de petróleo derramado.

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