O presidente interino do Peru renuncia após pressão popular
via Actualidad
Merino expressou suas condolências aos familiares dos mortos nos protestos organizados contra ele e assegurou que “nada justifica que um protesto legítimo deva provocar a morte de peruanos”.
Manuel Merino, que assumiu o cargo de presidente interino do Peru no início desta semana após o afastamento de Martín Vizcarra, renunciou neste domingo após vários dias de protestos contra ele.
Minutos depois que o Congresso o exortou a deixar seu posto, Merino enviou uma mensagem à nação na qual disse que sua renúncia é “irrevogável” e transmitiu suas condolências às famílias dos mortos nos protestos. “Todo o Peru está de luto, nada justifica que um protesto legítimo deva provocar a morte de peruanos”, afirmou.
“Vivemos em uma democracia e quero o melhor para o nosso país”, disse ele, enfatizando que esses eventos “devem ser investigados a fundo”.
Por outro lado, Merino anunciou que “os ministros vão continuar nos seus cargos até que se resolva a incerteza do momento actual”, pois “de forma alguma haverá vazio de poder”.
O dirigente prometeu “envidar todos os esforços” para garantir a sucessão constitucional e destacou que o Peru “merece seguir em frente”.
Ele também enfatizou que as eleições “transparentes e limpas” devem ser garantidas e que “nada nem ninguém pode impedir” que sejam realizadas em 11 de abril. “Estamos em um processo eleitoral contínuo, o povo tem o dever de eleger democraticamente suas autoridades”, frisou.
O anúncio da renúncia de Merino foi recebido com alegria nas ruas, onde milhares de manifestantes continuaram a protestar para exigir sua renúncia.
A notícia surge após seis dias de protestos contra o afastamento do ex-presidente Martín Vizcarra, que resultou na morte de duas pessoas devido ao “uso indiscriminado” de gás lacrimogêneo e chumbo policial.
Depois de conhecer a primeira morte, políticos de diferentes partidos se manifestaram para exigir a saída de Manuel Merino. Luis Valdez Farías, vice-presidente do Congresso e atual presidente interino do Congresso peruano, também instou o recém-nomeado presidente a renunciar imediatamente ao cargo que assumiu há cinco dias. Em meio ao caos que a nação sul-americana enfrenta, vários altos funcionários já apresentaram sua renúncia.